Queda de 17,5% do déficit no primeiro semestre altera projeções para o ano
A necessidade de financiamento do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de R$ 18,542 bilhões no primeiro semestre deste ano, resultado 17,5% inferior ao do mesmo período de 2007. A arrecadação líquida de R$ 74,924 bilhões foi 10,3% superior à dos seis primeiros meses do ano passado. Já as despesas de R$ 93,467 bilhões subiram 3,4%, informou hoje o secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer.
Esse resultado permite, disse o secretário, prever que, pela primeira vez desde 1995, será possível fechar o ano com redução do déficit. No início do ano, o Ministério da Previdência Social trabalhava com uma projeção de déficit em torno de R$ 44 bilhões para 2008, previsão reduzida posteriormente para R$ 42 bilhões. “Estamos tendo uma queda significativa em relação ao projetado no início do ano”, comentou. A projeção do Ministério aponta para uma necessidade de financiamento de R$ 38,5 bilhões neste ano, resultado de R$ 163,4 bilhões de arrecadação e R$ 201,9 bilhões de despesas.
Schwarzer ressaltou, entretanto, que prefere ser mais cauteloso e manter a estimativa em torno dos R$ 42 bilhões, o que também representa uma queda significativa em relação ao resultado do ano passado, quando o desequilíbrio ficou em R$ 44,8 bilhões nominais. A tendência de queda teve início no ano passado, que só não fechou com um valor inferior ao de 2006 por causa da antecipação do pagamento de parte dos benefícios de janeiro para dezembro de 2007. Mesmo com o pagamento antecipado de quase R$ 3 bilhões, a necessidade de financiamento caiu de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2006, para 1,75%, em 2007. “Se nossas expectativas se confirmarem, vamos ter em 2008 nova redução em relação ao PIB e também em valores reais e nominais”, afirmou.
A necessidade de financiamento no primeiro semestre deste ano caiu quase R$ 4 bilhões em relação a igual período do ano passado (de R$ 22,472 bilhões para R$ 18,542 bilhões), lembrou o secretário Helmut Schwarzer. Isso porque a arrecadação aumentou R$ 7 bilhões, de R$ 67,920 bilhões para R$ 74,924 bilhões. “O crescimento de 10,3% em termos reais corresponde a quase duas vezes o crescimento do PIB”, comentou ele, atribuindo os ganhos de arrecadação principalmente ao crescimento do mercado formal de trabalho. No mesmo período, as despesas cresceram 3,4%, de R$ 90,393 bilhões para R$ 93,467 bilhões. Os pagamentos de benefícios previdenciários, segundo ele, estão crescendo num ritmo menos acelerado neste ano do que em anos anteriores, quando o aumento ficava acima dos 4% (MPS).