Aumenta a inclusão na Previdência Social

 

Aumenta a inclusão na Previdência Social

O envelhecimento da população brasileira se reflete na maior inclusão previdenciária. Das 19 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, 14,6 milhões eram beneficiárias da Previdência Social em 2006. Quando são considerados os idosos com 65 anos ou mais, esse percentual se eleva para 84,6%. Mesmo usufruindo da aposentadoria, a turma da boa idade está voltando ao mercado de trabalho. A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE identificou 5,9 milhões de idosos de volta ao “batente”. Desses, 3,6 milhões já recebem o benefício previdenciário.

O economista Herôdoto Moreira atribui a maior cobertura previdenciária ao aumento da expectativa de vida do brasileiro e às políticas sociais do governo. Segundo ele, o rebatimento maior dessas políticas pode ser comprovado com a Constituição de 1988, quando os trabalhadores do campo conquistaram a aposentadoria rural, mesmo sem ter contribuído para a Previdência Social. Há também o benefício da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) para as pessoas com mais de 60 anos considerados em situação de extrema pobreza.

De acordo com o economista, outro fenômeno observado é que o idoso hoje se transformou no esteio de algumas famílias. Segundo ele, o alto índice de desemprego do jovem tem levado o idoso a sustentar e garantir a sobrevivência da casa. “Como o país não tem condições de pleno emprego, a transferência de renda acontece do idoso para o jovem”, assinala Moreira.

A pesquisadora da Fundaj, Darcilene Gomes acrescenta que mesmo com a política de recuperação do salário mínimo, os aposentados estão perdendo o poder de compra. A alternativa é voltar ao mercado de trabalho. “O valor da aposentadoria melhorou muito e sem o benefício o país teria hoje mais pobres. Mesmo assim, o valor da renda ainda é muito baixo”, comenta. Darcilene lembra que o ganho de renda tirou os aposentados da condição de escanteados para a chefia das famílias.

Ao voltar ao mercado de trabalho a maioria dos idosos trabalha por conta própria, sendo esse percentual maior nas Regiões Norte e Nordeste com 45%. A parcela de 21,5% trabalha para consumo próprio, em lavoura de subsistência, com destaque para o Sul do país, cuja presença do idoso no campo é de 33,2%. Mesmo com o benefício da previdência, os números do IBGE mostram que 2,4 milhões de idosos (12,4%) vivem na pobreza com renda de até meio salário mínimo (com informações do Diário de Pernambuco)