Planos abertos em forte alta no Paraná
Houve uma evolução das vendas de 118,9% em seis meses. Estado registrou o maior crescimento do País. A aprovação da reforma da previdência já provoca um boom na procura por planos abertos de previdência complementar no Paraná. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o volume de contribuições e prêmios emitidos no estado registrou evolução de 118,9% no primeiro semestre na comparação com igual período do ano passado, totalizando uma receita de R$ 332,3 milhões. O estado registrou o maior crescimento do País, superando a média nacional, de 73,6%.
Com o resultado, o Paraná passou de 4,2% para 5,2% de participação no total movimentado no Brasil, de R$ 6,3 bilhões. O estado é hoje o quarto maior mercado, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além do Paraná, o levantamento da Susep mostra que apresentaram evolução expressiva os mercados de Minas Gerais (95,7%), Santa Catarina (93,4%) e Rio Grande do Sul (87%).
Para Sidney Pariz, diretor da área de previdência privada aberta do HSBC, com sede em Curitiba, o crescimento registrado no Paraná reflete a tendência de descentralização da demanda do setor, até hoje bastante concentrada no eixo Rio-São Paulo. Os dois estados ainda respondem, juntos, por 66,4% dos negócios do setor.
“É um processo natural. Estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Goiás representam um bom potencial, não só pela renda da população, mas também porque até agora eram menos atacados pelos bancos e seguradoras”, afirma.
Embora não separe os seus resultados por estado, o HSBC também apurou um crescimento mais expressivo na região, que contribuiu para uma evolução de 77%, para R$ 107,4 milhões, na arrecadação nacional dos planos de varejo no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Nationwide Marítima, fruto da fusão entre uma das principais seguradoras dos Estados Unidos e a Marítima Seguros, também está reforçando sua aposta na região. A empresa prevê um crescimento de 120% nos seus negócios no Paraná na área de previdência complementar em 2003. O estado já responde por 10% das receitas da empresa e gerou R$ 4,1 milhões em contribuições e novos aportes no primeiro semestre. Em 2002, esse volume totalizou R$ 4,8 milhões. “O mercado como um todo vem crescendo, principalmente em função da reforma da previdência, mas o que se percebe é que os negócios aumentam sobretudo em regiões onde há maior renda e uma preocupação cultural em relação à questão previdenciária” diz Carlos Eduardo Martins, diretor regional da Nationwide Marítima.
Para Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), essa mudança cultural vem sendo impulsionada principalmente pela alteração nas regras de aposentadoria. “Com a mudança na legislação, a previdência está hoje na lista de prioridades das famílias ao lado de saúde e educação”, diz Nascimento, que também é diretor executivo da área de previdência do Itaú. “Esse cenário, aliado ao desenvolvimento das empresas do setor na área de governança corporativa, solvência e transparência, deve manter a evolução do mercado de previdência em pelo menos 40% nos próximos anos”, afirma.
Segundo dados da Anapp, na comparação com igual período de 2002, a carteira de investimentos do setor apresentou crescimento de 50,1% no primeiro semestre, totalizando R$ 39,2 bilhões, e as reservas técnicas evoluíram 55,02%, para R$ 36,1 bilhões. A expectativa é chegar a R$ 43 bilhões em reservas até o final do ano, contra R$ 29,3 bilhões em 2002.
Novos produtos
No Brasil, o setor de previdência aberta complementar tem forte presença dos bancos, que detêm 70% dos negócios do mercado. Os planos individuais concentram 72% das vendas, seguidos pelos produtos empresariais (25%) e para menores de idade(3%).
Boa parte do desempenho positivo nos últimos meses deve-se também, segundo as empresas, à entrada no mercado de novos produtos, em especial o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). “Como é direcionado a pessoas isentas ou que fazem a declaração simplificada do imposto de renda, o VGBL vai atender a uma demanda que estava à margem desse mercado até agora”, diz Nascimento.
FONTE: Gazeta Mercantil