Distribuição de renda na América Latina: melhor desde dos 80´s

Distribuição de renda: América Latina: Melhor desde dos 80´s

De 2002 a 2005, os países latino-americanos tiveram o melhor desempenho em distribuição de renda, redução do desemprego e diminuição da pobreza desde 1980. É o que aponta o relatório “Panorama Social da América Latina 2006″, divulgado hoje (4) em Santiago, Chile, pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo com a melhoria, a Cepal aponta que os indicadores continuam muito elevados. “Esta visão de longo prazo mostra que a região demorou 25 anos para reduzir a incidência da pobreza aos níveis de 1980”, aponta o relatório.

Dois em cada cinco latino-americanos viviam, ano passado, em condições de pobreza (sem renda suficiente para garantir a alimentação e outras necessidades consideradas básicas). O relatório também indica que, em 2005, 15,4% em situação de indigência ou miséria (sem renda para garantir sequer sua alimentação). Ao todo, há 209 milhões de latino-americanos pobres, dos quais 81 milhões são miseráveis. “A comparação dessas cifras com as do ano de 2002 revela um grande avanço na redução da pobreza, e um avanço ainda mais apreciável no que se refere à indigência. A porcentagem da população pobre diminuiu 4.2 pontos percentuais”, diz o relatório. “Por seu lado, a diminuição da porcentagem de indigentes teve magnitude semelhante, de 4 pontos percentuais. Contudo, é evidente a maior importância desta última variação quando se considera que o valor observado em 2002 era de 19,4%”.

A Cepal destaca que “a taxa de pobreza caiu pela primeira vez abaixo do nível de 1980, ano quem que 40,5% da população foi contabilizada como pobre e a taxa de indigência desceu mais de 3 pontos percentuais em relação aos 18,6 % observados naquele ano”. “Mas o alentadores progressos recentes e os que se projetam para este ano não devem nos fazer esquecer que os níveis de pobreza continuam sendo muito altos e que a região tem pela frente uma tarefa de grande magnitude”. A Cepal prevê, para o final deste ano, que a pobreza no continente seja reduzida em mais um ponto percentual, para 38,5%, e que a miséria caia 0.5 ponto percentual, para 14,7%.

ABr